A Obra

EXECUÇÃO DE SISTEMA DE DRENAGEM
DO CÓRREGO DA SERVIDÃO



Caracterização da Intervenção Física
A obra prevê a implantação de sistema de drenagem (macro e micro) através de redimensionamento dos canais abertos e aumentos de passagens por obstáculos, atualmente insuficientes para cheias. O empreendimento é composto por: recuperação e aumento da calha a céu aberto do córrego (600 metros), reforço hidráulico com galerias sob a nova avenida (450 metros) e passagem com Tunnel Liner (4,80 metros sob a ferrovia ALL).
O município de Rio Claro apresenta um elevado índice de inundação na bacia do Córrego da Servidão. A cidade é predominantemente plana, dificultando o escoamento das águas pluviais. O fato ocorre porque as galerias já estão saturadas e áreas permeáveis diminuem a cada dia, devido ao aumento da urbanização (asfalto, construções). Como agravante antes do córrego da Servidão lançar suas águas no Rio Corumbataí, a jusante, existe uma barreira de terra com trilhos da ferrovia ALL em seu talude. A passagem do Tunnel Liner está estrangulada e a primeira etapa da obra será a de execução de mais um Tunnel Liner com reforço hidráulico para um perfeito fluxo das águas, solucionando o problema existente. O canal aberto está danificado com 150 metros de parede direita rompida, aumento a obstrução e diminuindo o fluxo das águas causando inundação. A vazão da enchente é corroborada pelas águas da Concessionária Centrovias, oriundas da SP 301 Rod. Washington Luiz que vem agravando o problema.

Problema em que a obra vai intervir - impactos na população e no ambiente
A obra tem como prioridade eliminar o estrangulamento do canal do Córrego da Servidão sob a ferrovia ALL existente no trecho Rio Claro Novo – Batovi onde o leito da ferrovia está a cerca de 15 metros da lâmina d’água do córrego, caracterizando um barramento de terra que impede as águas fluírem, causando atualmente enchentes com 2,30 metros de lâmina d’água, prejudicando em muito a população e imóveis situados na Avenida Tancredo Neves, lindeiros ao Córrego da Servidão.
Na enchente de 22 de fevereiro de 2010 ocorreu uma morte por afogamento, além de cerca de 25 famílias terem sua casas inundadas pela água; 09 estabelecimentos comerciais tiveram perda de produtos e maquinários, causando prejuízo de R$ 939.200,00 em indenizações diretas e indiretas tais como: mobilização do corpo de bombeiros, defesa civil, departamento de obra (recuperação de muro da escola, rompimento da rede de esgoto, pavimento asfáltico), elektro (troca de todos os medidores de energia), OAB e ação social. Além destes puderam ser verificados outros prejuízos incalculáveis como: interdição da avenida que impede o transporte de produtos, transporte de trabalhadores e escolares que afetam a população de 303 casas (1218 pessoas). A desvalorização imobiliária da região aumenta a cada inundação.
Considerando que no ano de 2010 ocorreram dois sinistros desta magnitude, com tendências a aumentar devido às chuvas que vem a cada dia aumentando o índice pluviométrico causadas pelo efeito El niño e Atlântico Sul, e que a tendência é ocorrer dois eventos a cada verão, os prejuízos perfazem um montante da magnitude de R$ 1.209.000,00 por ano e os custos de investimento com juros de 6% ao ano são de R$ 986.509,39 por ano, portanto chega-se a uma relação de custo benefício da ordem de 0,82, evitando os prejuízos causados à população e ao ambiente.

Descrição da área de intervenção
A área de intervenção está localizada a sudoeste da área urbana do município de Rio Claro, Latitude 22º 25’40” S, Longitude 47º 34’40” W, abrangendo a bacia hidrográfica do Córrego da Servidão que tem área de 1.430 ha, equivalendo a 30% da área urbana do município. A obra que será realizada beneficiará toda a população de Rio Claro, considerando que as conseqüências das enchentes que ocorrem nas épocas de chuva afetam um importante eixo de circulação da cidade. A população beneficiada diretamente pela obra é de, aproximadamente, 57 mil habitantes.
Os bairros da área de intervenção e entorno foram originados de um processo de urbanização que teve início no final da década de 1970 e se estendeu nos anos 2000 com projetos habitacionais de interesse social para atender, principalmente, famílias com renda de 3 a 5 salários mínimos. As construções destas áreas tiveram apoio financeiro dos governos federal, estadual e municipal. Alguns loteamentos foram realizados no sistema de auto-construção e projetos associativos.